Quero compartilhar com você um texto que produzi para extensão que estou fazendo na Unicamp e que me emocionou demais. Espero que possa envolver meus alunos, assim como fui envolvida por professores que me mostraram o maravilhoso mundo da leitura.
Na cidade de Três Pontas-MG, onde nasci, e que teve como ilustre morador o
grande cantor Milton Nascimento aprendi as primeiras letras na E. E.
Professora Marieta Castro com a professora Maria do Carmo, uma senhora
negra, baixinha, simpática e cheia de sabedoria, com a qual aprendi a ler e
escrever as primeira palavras e para minha sorte ela lecionou para mim nas
antigas segunda e quarta séries do ensino fundamental, iniciamos pelo
caminho suave, mas não paramos por aí, nos anos de 1980 havia a febre dos
livros da coleção vaga-lume e tive a alegria de conhecer muitos deles na escola
como: O caso da borboleta Atíria e A ilha perdida, entre muitos outros, que me
encantaram e encantam até hoje.
Não só da coleção vaga-lume eu vivi, mas também da febre dos papéis de
carta, um mais lindo que o outro, montávamos pastas imensas, trocávamos
com as amigas, e às vezes escrevíamos cartas para amigos ou familiares
naqueles belos papeis, mas só os repetidos, pois não tínhamos coragem de
nos desfazer de nossas coleções.
Vivi, no ano de 1993, quando era apenas uma adolescente de 13 anos, uma
mudança drástica em minha vida, mudei de cidade, de estado e sofri muito com
as diferenças. Enquanto na cidade em que nasci todos eram muito próximos,
em Campinas, cidade para onde me mudei, as pessoas eram meio distantes e
tive que lidar com diferenças culturais, sociais, de linguagem e muitas outras...
Meu “mineirês” era estranho para muitos, mas também muita gente se
aproximou para saber um pouco mais daquela menina que falava e se
comportava daquele jeitinho tímido e ao mesmo tempo cheio de vontade de
fazer amigos. Nesta época conheci a Tâmara, minha professora de língua
portuguesa, uma mulher gentil e atenciosa, ela também me mostrou o mundo
encantador da leitura e da música, foi quando comecei a gostar de Michael
Jackson e falava com ela e com as amigas sobre as belas letras deste grande
cantor e compositor, inclusive fiz uma amizade que já dura mais de 30 anos,
trocando ideias sobre Michael Jackson.
Muitos professores mantiveram minha sede pelo saber e pela leitura, Dona
Paula, professora de ciências, mas que substituiu um tempo a professora de
português e enganou a gente direitinho porque acreditamos que ela era
professora de língua portuguesa por um bom tempo; a professora Ana Luiza
que me apresentou a escritora Ágatha Christie, a rainha do crime, pela qual até
hoje sou apaixonada e incentivo meus alunos a conhecê-la, já fomentei leitura
e um projeto intitulado “E não sobrou nenhum” da Ágatha Christie, meus alunos
e eu ganhamos o prêmio Atitude Educação de 2018 pela FEAC quando
falamos do livro e percebemos que queríamos melhorar a sala de leitura da
nossa escola.
Já montei audiolivros, podcasts, esquetes e muitas releituras de grandes obras
com meus alunos, tive uma eletiva chamada Movimento Literarte quando, com
a professora de Arte, lemos e encenamos Os miseráveis de Victor Hugo. São
tantas vivências maravilhosas com o mundo da leitura que posso dizer que sou
apaixonada pela leitura e tudo que ela pode fazer na vida da gente, pretendo
continuar fomentando leitura para meus alunos, amigos, colegas, família, pois
sem ela não teria orgulho de quem me tornei e de quem ainda pretendo me
tornar.
Francislene de Fátima Naves
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