sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Premiação Concurso de redação EPTV na Escola 2021 - Assista ao vídeo da premiação e conheça o texto da Luiza

O concurso reuniu 9573 trabalhos de 45 municípios da região de Campinas e chegamos ao 2º lugar.

                                           Onde mora a intolerância?

Em 2019, na cidade de Wuhan na China, surgia um novo vírus altamente contagioso, que meses mais tarde, em 11 de março de 2020, acarretaria oficialmente no surgimento de uma pandemia. Por definição, pandemia é uma doença que se alastra amplamente e com rapidez. Do ponto de vista da infectologia, uma pandemia é um cenário muito preocupante, uma catástrofe! Entretanto, por que é diferente quando se trata de uma pandemia de intolerância?

Há séculos essa enfermidade assola a raça humana, se a discriminação não fosse por classe social/econômica, seria então, por cor ou cultura. Não importando o quão absurdo fosse sempre existiria um motivo para algum primata com capacidade de realizar o movimento de pinça, se considerar superior a outro. O conceito de superioridade e inferioridade acabou acarretando a falta de compreensão do incomum, que passou a ser tratado com desprezo, rejeição, humilhação e no pior dos casos violência. Voltando aos dias atuais, vemos a situação se agravando e a intolerância se disseminando com uma velocidade avassaladora.

Com o avanço tecnológico das últimas décadas e a popularidade das redes sociais, telas planas com pouco mais de cinco polegadas, se tornaram ferramentas perfeitas para praticar a intransigência nossa de cada dia. Ameaças, xingamentos e humilhações são tão frequentes que se tornaram banais. E é aí que mora o problema. Não só não toleramos a intolerância, como também estamos nos tornando indiferentes a ela. No mundo virtual vivemos em bolhas, isolados das críticas, do diferente. Quando essa barreira é transposta, nos causa estranheza, e nós causamos a pandemia de preconceitos, ofensas e opressões a qual devemos combater com veemência. Precisamos apostar na educação, não como arma, mas como principal aliada. Aliás, de armas já temos o suficiente, precisamos baixar a guarda e nos permitir experimentar um pouco do esquisito, partilhar de uma ideia maluca, aprender com aqueles que achamos que deveríamos ensinar.

Então, para dar fim a esse mal que tanto nos perturba, temos que ter consciência de que ele vive primeiro em nós, e não no próximo. Tomar frente das próprias ações e assumir o compromisso com o sentimento alheio antes de se pronunciar, se policiar e se perdoar são formas de combate e prevenção a essa pandemia de intolerância.

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